A biodanza é um método vivencial e não é para ser vista, mas sim sentida”, afirma Isabel Refacho, que há quase uma década se encantou pela biodanza e decidiu tornarse facilitadora. É assim que se chamam os líderes das sessões de biodanza, aqueles que propõem aos praticantes os diversos exercícios, sempre com o bem-estar físico e psicológico em mente.

São desenvolvidas cinco linhas diferentes: a criatividade, a afectividade, a sexualidade, a vitalidade e a transcendência. Não existe censura, nem se fazem juízos de valor: cada indivíduo é um ser humano único, que importa aceitar e respeitar na sua plenitude. Aquilo que acontece numa sessão de biodanza é de tal forma íntimo e especial que é impossível descrevê-lo a quem não esteve presente.

Significando, literalmente, dança da vida, trata-se de um sistema de desenvolvimento pessoal e integração humana. Foi originalmente utilizado com fins terapêuticos pois o seu criador, o antropólogo chileno Rolando Toro Araneda, descobriu durante uma experiência no hospital psiquiátrico da Universidade de Santiago do Chile, que a música alterava os estados de humor dos seus pacientes. Mas desde a década de 60 até aos dias de hoje, Rolando Toro difundiu o método da biodanza como uma forma de estimular o bem-estar através da música e do movimento e, através da International Biocentric Foundation, tem vindo a coordenar a formação dos facilitadores por todo o Mundo.

“O objectivo da biodanza é despertar o lado positivo das pessoas, melhorando a sua capacidade de comunicação e também a própria auto-estima”, pros-segue Isabel Refacho. Pode – e deve – ser praticada por qualquer pessoa, independentemente da sua idade ou forma física e de se saber dançar ou não. “Apenas é preciso ter vontade de se conhecer melhor e de se sentir bem”, explica a facilitadora, uma vez que, não se tratando de uma expressão de carácter artístico ou técnico, “existe um ambiente de permissão” em que cada pessoa é aceite tal como é e convidada a interagir com o grupo.

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Consoante o espaço em que a sessão decorre, esta pode ter mais ou menos praticantes, mas existe um número mínimo recomendado de 6 pessoas. No entanto, o primeiro contacto que Isabel Refacho teve com a biodanza foi numa acção que juntou 60 pessoas. “Todas aquelas pessoas que não se conheciam partilharam vivências. Foi uma experiência fantástica, que me fez descobrir o método que me fazia falta, sem eu saber que ele existia”, relembra. Mesmo antes de tirar o curso (que dura três anos), Isabel Refacho praticava sempre que podia, nomeadamente com o grupo de Nuno Pinto, um dos facilitadores que mais tem dado a cara pela biodanza em Portugal. No seu site pode ler-se que a biodanza “trabalha nos três níveis de conexão: consigo mesmo, com o outro, com o mundo”. Segundo a definição preconizada por Nuno Pinto, a biodanza é um sistema de integração afectiva (visto que restabelece a unidade perdida entre o Homem e a Natureza), de renovação orgânica (induzida principalmente através de situações especiais de transe que activam processos de reparação celular e regulação global das funções biológicas) e de re-aprendizagem das funções originárias de Vida (trata-se de aprender a viver a partir dos instintos, pois o seu objectivo é conservar a vida e permitir a sua evolução). Durante uma sessão de biodanza, de 120 a 150 minutos, os participantes são levados a expressar as suas emoções, libertando-se de todos os receios e inibições. Por isso, quando praticada uma vez por semana, como Isabel Refacho recomenda, ao fim de alguns meses as alterações na vida do indivíduo saltam à vista. Os níveis de stress e de ansiedade diminuem, enquanto a oxigenação celular aumenta, por isso é uma forma eficaz de se manter saudável.

Artigo de:

Margarida Pedro Nunes in Flor de Lótus.

http://isabelrefacho.blogspot.com
www.biodanzanunopinto.com
www.escolabiodanzaporto.com