É possível também através da clarividência observar eventos que acontecem em dimensões além desta onde vivemos. Muitos casos onde pessoas relatam ter visto um “espírito”, “fantasma” ou “guia espiritual” podem ter a sua explicação assentada na clarividência.

Quando alguém vê uma entidade não-física, por exemplo, um parente que já faleceu, é bastante comum que este parente se apresente através de uma imagem semitransparente, frequentemente com cores menos intensas, todo em branco, ou em tons de cinza. Isso porque o estímulo visual da clarividência é em geral mais fraco comparado com o estímulo visual físico.

A clarividência espontânea ocorre com muita frequência em momentos de relaxamento maior, em geral quando a pessoa relaxa um pouco mais de maneira a permitir que o seu corpo emocional (psicossoma) se expanda e receba com mais intensidade o estímulo visual não-físico (extrafísico) baseado em bioenergias. Por outro lado, há relatos de clarividência que ocorrem em casos de stresse ou onde não há nenhum relaxamento ou condição do corpo físico favorável.

A clarividência permite ao experimentador observar, por exemplo, os reflexos da bioenergia ao redor de uma outra pessoa. Estes reflexos da energia, popularmente conhecidos como aura, são a parte mais externa do nosso corpo energético (energossoma). Este reflexo das energias é dinâmico e muda de acordo com a intensidade e padrão dos nossos pensamentos e sentimentos.

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O termo clarividência foi usado historicamente de várias maneiras. Há autores que buscam abarcar dez ou mais fenómenos diferentes, como psicometria (leitura energética de um objecto ou pessoa), pré-cognição (ou premonição, prever o futuro) e outros, no termo clarividência. Em alguns contextos, o termo clarividência é usado quase como sinónimo de parapsiquismo, como se fosse a resposta para tudo o que possa acontecer sem explicação baseada na dimensão física.

No contexto da Projecciologia, ciência que estuda a manifestação da consciência além do corpo físico e desta dimensão, a clarividência é um fenómeno específico onde se percebe visualmente algo do presente, tipicamente em dimensões extrafísicas, mas diferente de fenómenos onde a informação não é visual ou é proveniente de outras fontes, como a memória de vidas passadas.

O facto de que a clarividência é um modo de percepção visual, análogo à visão física, a torna muito interessante. A experiência visual física já é algo impressionante. Pense na experiência de ver uma paisagem ampla, ou os detalhes dos mecanismos de um relógio. Pensar que esta riqueza de percepção pode ser estendida para outras dimensões é por si só um motivador para desenvolvê-la.

Talvez por isso o impacto do desenvolvimento da clarividência é em geral muito positivo em termos de crescimento pessoal. O experimentador, de olhos abertos, lúcido, pode ver através da clarividência uma realidade extrafísica, próxima e nítida, com clareza.

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O benefício principal da clarividência é portanto permitir ao experimentador a percepção de que existem dimensões além desta, através de experiência pessoal. Claro que tal afirmação soa simples, mas a diferença entre acreditar que temos um corpo energético e ver que temos um corpo energético é bastante grande. A acessibilidade e o aspecto pessoal e directo deste fenómeno são outras vantagens. Não é preciso entrar em um estado alterado da consciência mais profundo, que talvez exigisse mais dedicação e treinamento, mas sim é possível ter clarividência com os olhos abertos, de pé ou sentado, em qualquer ambiente ou situação da vida quotidiana. Esta possibilidade é o que ajuda ao indivíduo a começar a experimentar - e buscar entender - o que ocorre ao seu redor incluindo variáveis além desta dimensão.

Há muitos mitos em relação à clarividência: um deles é que é muito difícil ou impossível desenvolvê-la, e que somente as pessoas que já nascem com este “dom” terão esta experiência. Outro mito similar é que somente as pessoas que passam por alguma experiência marcante, como a experiência de quase-morte, é que podem desenvolver esta habilidade. Contudo, vê-se que com um pouco de informação e técnica, aliados à força da vontade e relaxamento, podem produzir clarividência a curto prazo.

A conclusão portanto é que a clarividência é uma excelente porta de entrada para o desenvolvimento das várias formas de parapsiquismo. Pode ajudar a substituir a crença em outras dimensões com o conhecimento baseado em experiência directa e pessoal. Vamos substituir o “ver para crer” com o clarividenciar para experimentar.

Por Prof. Rodrigo Medeiros
Academia Internacional da Consciência

Rodrigo Medeiros Pesquisador e professor de temas relacionados ao estudo da consciência há mais de 14 anos, desenvolveu a sua clarividência através de exercícios baseados no relaxamento e na vontade individual. Rodrigo é Director de Educação da IAC, Academia Internacional da Consciência e apresentou vários trabalhos em congressos académicos e universidades, além de palestras e cursos em vários países do mundo. O seu curso e workshop sobre clarividência já foram apresentados em cidades como Lisboa, Los Angeles, New York, Miami, Gainesville, London, Madrid, Milan, Barcelona, e Rio de Janeiro.

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