As doenças podem ser para nós uma experiência positiva. Empurrar-nos para a essência do que somos e o aproveitamento máximo da vida que nos é dada, qualquer que seja o nosso estado de saúde.

Podem até revelar-nos quando tudo nos parece escuro, que existe em nós um espírito capaz de nos iluminar mesmo quando a sombra que nos habita nos faz sentir os limites do nosso corpo e de como só por um tempo o temos.

É no entanto essa sombra que, ao nos convidar a vislumbrar o Amor incondicional, nos revela que podemos não ser doentes mesmo quando temos alguma doença.

São precisamente as doenças – as que nos afetam direta ou indiretamente – que nos levam a acreditar que, fazendo nós parte de um todo maior em que tudo nasce, morre mas pode renascer, qualquer forma de vida prevalece sobre a morte, portanto o fim de uma pode sempre ser o início de outra.

E é através de experiências ora de início ora de fim que podemos ter essa consciência.

À medida que mergulhamos neste ciclo universal de renascimento contínuo - em que o espírito que somos se vai gradualmente despojando da matéria que, sendo-lhe necessária, o aprisiona -,vemos que são precisamente as reações do nosso organismo aos diferentes apelos do que o transcende que nos revelam a mistura de luz e de sombra que nos faz ser aquilo que cada um de nós é.

E que, tal como não há luz sem sombra, alegria sem tristeza, vida sem morte, o facto de adoecermos nem sempre significa que não tenhamos saúde.

Há quem, embora sem ter doenças, se sinta doente e quem. com uma doença grave, se sinta saudável apenas porque continua ativo e interessado pela vida.

Poderá existir sempre uma razão escondida, muitas vezes antiga, inconsciente, para as doenças que temos. E não surgirão por acaso numa certa altura do nosso percurso de vida nem sob uma determinada forma…

Sem o choque, a perturbação, mas também o estímulo que nos provocam, há uma força – ao nível do essencial que somos – a que possivelmente não atenderíamos.

Talvez não tivéssemos despertado para a consciência de que a verdadeira cura não consiste apenas em eliminar um sintoma de doença, mas também em encará-lo como algo que nos incita à fidelidade a nós próprios.

Ou talvez descoberto uma alteração nos nossos hábitos capaz de nos reforçar o sistema imunitário.

Mas, acima de tudo, talvez não tivéssemos a noção de como o corpo regista toda a nossa história passada e presente.

Nem percebido que o caminho para a verdadeira cura começa sempre por procurar escutá-lo.

Muitos são os sinais que o corpo regularmente nos dá – através de pedidos, lamentações, angústias, bloqueios, gritos… Só que, como geralmente estamos mais voltados para fora do que para dentro de nós mesmos, talvez não lhes prestemos a devida atenção.

No entanto, tudo aquilo com que, direta ou indiretamente, o agredimos, fica em nós registado. E, quer as recordemos mental e emocionalmente, quer tenham ficado perdidas no inconsciente, as agressões ao nosso corpo são sempre uma fonte de doença – que, mais tarde ou mais cedo, têm mesmo de ser reparadas.

A cabeça poderá ajudar-nos nesse trabalho de reparação. Mas é sempre o corpo a determinar a hora apropriada assim como relativamente a que órgão ou a que função do organismo ela deverá ser feita.

Maria José Costa Félix

Sobre a autora:

Maria José Costa Félix, astróloga e autora de livros de desenvolvimento pessoal

Mail: mjcostafelix@sapo.pt 

Tel. 21 390 69 22   Tlm 93 390 69 22

- Com cinco filhos e treze netos, MJCF é licenciada em Filologia Germânica, frequentou o Instituto Superior de Psicologia Aplicada (ISPA) em Lisboa e esteve integrada num trabalho de grupo de investigação num hospital psiquiátrico no Rio de Janeiro.

- Tendo-se iniciado no Brasil, é astróloga há mais de 30 anos.

- Depois do 25 de Abril em Portugal, participou em dois governos, num como secretária e noutro como adjunta de Primeiro Ministro.

- Jornalista durante cerca de 30 anos como redatora nas revistas Marie Claire, Máxima e Viver com Saúde, colaborou em vários outros orgãos de comunicação, dirigiu um suplemento de astrologia do jornal Sete e fez vários programas de televisão nesse âmbito.

- É autora de livros de desenvolvimento pessoal desde 2002         editados pela Leya (Oficina do Livro) com os títulos Bem-estar interior (editado também no Brasil), Mais e Melhor, Sol e Lua de Mãos Dadas, Vamos falar de Amor?, Ajude o seu Filho a Crescer em Paz, Conheça bem as Asas que tem, Morrer e Renascer, Atalhos do Amor, Envelhecer Sem Ficar Velho.

- Atualmente dá consultas e aulas de astrologia numa perspetiva humanista/psicológica e cármica. E escreve textos não de entretenimento mas de interrogação sobre o sentido da vida, em que convida o leitor a acreditar numa força superior que nos ilumina mesmo nos momentos de maior escuridão.