A comparação é um dos piores ataques à nossa essência.

É a aniquilação da nossa individualidade e o abafar de todas as características que nos tornam únicos, diferentes e maravilhosamente especiais. Não especiais porque somos mais ou melhores do que alguém, mas simplesmente porque somos diferentes e únicos.

O conceito de normalidade, nos dias que correm, não só é perigoso como é altamente subjectivo. Quando julgamos alguém por não ser “normal” estamos apenas a declarar que o outro não se encaixa no nosso modelo do mundo e logo no nosso conceito de normalidade. Infelizmente na maior parte das vezes a comparação vem de mão dada com o julgamento, que arrogantemente usamos para qualificar negativamente a diferença do outro. Mas o que é afinal ser normal? Que critérios definem normalidade? Será que a defesa da normalidade não esconde apenas um medo do diferente?

A verdade é que a diferença ainda é vista como negativa numa sociedade que tenta continuamente impor-nos moldes de igualdade e normalidade absurdos, que inconscientemente nos vão roubando a nossa individualidade. Quanto mais constatarmos que não existem duas pessoas ou histórias iguais, mais fácil se torna de aceitar o conceito de diferença. E quanto mais aceitarmos o conceito de diferença, melhor o poderemos celebrar e festejar, expressando para o mundo o que nos torna únicos e extraordinários.

Acredito que lá chegaremos, quando pararmos de alimentar o julgamento negativo e conseguirmos sarar todas as consequências psicológicas e emocionais que daí advêm. Só incentivando o que temos de melhor e diferente, aprenderemos a unir diferenças e poderemos criar um mundo melhor.

Que lógica teria uma discussão comparativa entre as características e beleza de uma orquídea e entre as características e beleza de uma palmeira? Onde fica o conceito de “normal” quando comparamos um peixe com um tigre? O que é mais “bonito”, um pôr do sol ou a alegria de uma criança?

A magia da natureza reside precisamente na diversidade, na diferença e em como cada parte individual, única e diferente, contribui para o maravilhoso todo. Que ridícula seria uma orquestra só com violinos! Ou um quadro só com a cor amarela ou uma música só com a nota “dó”.

A descompensação desta questão cria dilemas tanto pessoais como sociais e até emocionais. O nosso amor próprio, a nossa auto-estima, a capacidade de valorizarmos os nossos talentos e dons únicos, só pode acontecer quando abraçarmos a nossa diferença e nos libertarmos da necessidade de tentar encaixar em moldes externos que não respeitam a nossa individualidade. Só na consciência dessa diferença seremos capazes de reconhecer que contribuição única e diferente temos para dar à sociedade. Onde, como, de que maneira iremos oferecer o nosso dom único que trouxemos à Terra.

É no orgulho de quem somos e de quem nos queremos tornar que nasce a responsabilidade por essa diferença pessoal e logo social também.

Se continuarmos a investir a nossa energia a tentar ser normais, obviamente sem retorno positivo, desperdiçamos a nossa vida e perdemos a nossa oportunidade de oferecer ao mundo o tesouro que nos foi confiado, com as respectivas consequências emocionais de vivermos desalinhados do nosso propósito.

Todo o ser humano é diferente. A nossa história é pessoal e única, resultado de infinitos momentos únicos, consequência já das energias que trazemos de vidas passadas e logo não há duas histórias iguais.

Tenho observado que a dificuldade que temos de perceber e aceitar a nossa história pessoal e as energias que trazemos de vidas passadas vem da tomada de consciência de que ela foi, é e sempre será feita de escolhas e que obviamente nem todas foram ideais. Enquanto não houver disponibilidade, abertura e responsabilidade para abraçar a sombra que carregamos em nós, o Universo simplesmente suspende o acesso ao nosso potencial.

Compensando então o vazio que a ignorância sobre a nossa história cria em nós, o nosso ego aproveita-se para criar ilusões e filmes fantasiosos onde na nossa história, nos iremos sempre ver como o herói, o mártir, a vítima, o correto, o poderoso e o perfeito.

Enquanto este estado de encantamento durar, a verdade nua e crua de quem somos e do que carregamos na nossa mochila energética, não tem como se revelar. A partir do ego, a visão do mundo será sempre caótica, os embates positivos irão ser vistos como sorte e os embates negativos irão ser vistos como azares. Na visão do ego, Deus, Cosmos, Ordem Superior, Leis Universais não existem.

Porque a experiência do desligamento faz parte da viagem terrena, mais cedo ou mais tarde, acordamos. Algures num qualquer momento iluminado, com o livro certo, na conversa curiosa, chega a informação que rebenta a bolha da ilusão e do caos, conseguimos ver a ordem pela primeira vez e o despertar acontece.

Num tempo de transição enorme que apanhou o fim de Era, fim de século e milénio, nunca antes houve tantos “despertos”. Depois de séculos de vidas em estado de adormecimento, este despertar devolve-nos o poder perdido, a responsabilidade que rejeitámos e tudo fazemos para voltar à casa esquecida; a nossa alma.

Tenho percebido que em praticamente todos os ambientes e relações nos dias que correm, encontramos o violento embate destas duas visões do mundo. Entre casais, entre pais e filhos, entre colegas, amigos, a discórdia é permanente. Imaginem duas pessoas na mesma janela uma virada para fora e a outra virada para dentro a descrever as suas realidades. Claro que o que vêm é óbvio e real para elas e por isso a mudança interna se torna difícil de considerar e a tentação de julgar a visão do outro absurda ou distorcida toma conta. No entanto, quando são ainda condicionadas a conviver, ambas as visões têm algo a aprender uma com a outra.

O desperto está a trabalhar a sua oportunidade de pôr as leis da atração e do karma em ação. Está a colher as consequências do tempo em que viveu adormecido, está a observar no outro comportamentos seus passados. Está a ganhar humildade e a perdoar o seu próprio passado como adormecido. Está a aprender a libertar com amor e compaixão o que já não lhe faz sentido manter e a abraçar o seu grande objetivo presente; o seu desenvolvimento pessoal e evolução espiritual.

O adormecido na sua obsessão por poder e superioridade está a testar o amor próprio e todas as questões de poder pessoal do desperto. Está a viver as suas ilusões que irão obviamente gerar as respectivas desilusões. Está a fazer uso do seu livre arbítrio, escolhendo o que para si lhe faz sentido mesmo que esteja desalinhado da luz.

O que desempata então as duas visões da realidade e o que nos irá ajudar sempre a fazer boas escolhas? A eterna dualidade entre o medo e o amor. Entre a culpa e projeção e a responsabilização pessoal. Entre a resistência e o medo e a capacidade de amar, fluir e confiar.

Claro que o que já despertou para a visão do amor irá facilmente reconhecer o adormecido pois ele próprio um dia assim viveu. No entanto o adormecido, fechado ainda na bolha da ilusão, não consegue ainda ver o amor e a luz.
Não é possível prever o momento em que este fenómeno acontece e muito menos forçá-lo a acontecer. É um momento muito mágico num tempo muito sagrado na viagem da nossa existência, que aguarda o alarme cósmico assinalando a hora em que despertamos e finalmente percebermos que a nossa velha visão do mundo era uma ilusão.

O mundo precisa de mais ativistas, de mais rebeldes, de mais atrevidos e de mais causas nobres. Temos dentro de nós o poder de mudar a nossa ação e de aos poucos inspirar quem nos rodeia a fazer mudanças também. Como poderemos então ajudar a criar esse mundo maravilhoso onde cada um tem a oportunidade de mostrar o seu brilho único? Qual a nossa contribuição pessoal na construção de um mundo que valoriza e incentiva a diferença?
Sugiro duas maneiras;

1. Atrevidamente defendendo causas que incentivem o amor-próprio, a autenticidade, a individualidade e a nossa essência. Atrevendo-nos a SER cada vez mais nós próprios, inspirando outros a fazer o mesmo. Trabalhando a confiança e coragem de mostrarmos a nossa diferença ao mundo. Sendo um exemplo.

2. Sendo pacificamente rebeldes, expondo a todos os níveis as caixas da “normalidade”. Criando resistências amorosas ou mesmo legais a tudo o que rouba o nosso brilho pessoal e o respeito pela diferença. Oferecendo alternativas criativas, incentivando o espírito de família humana onde cada um se respeita pela sua individualidade. Denunciando todo o tipo de julgamento, bullying, exclusão e desrespeito pela diferença e promovendo atividades que nos lembrem os que nos une como humanos.

Acredito verdadeiramente que a frustração, o stress, a depressão, o sentimento de desorientação da maioria são consequência do desligamento de cada um consigo próprio, com a sua essência e o orgulho de sermos nós próprios. É o resultado de anos a fio dentro da “caixa”.

Que cada um de nós consiga ir derrubando caixas, que se consiga manter fiel às suas causas e sendo capaz de fazer pequenas mudanças no seu mundo pessoal, pois serão todas elas que depois mostrarão resultados globais.

Be YourSelf!
Vera Luz
Sobre a autora:
Vera Luz, Autora e Terapeuta de Regressão e Orientação Espiritual:
Dou consultas de Regressão à Vida Passada, Criança Interior e Eu Superior.
Sou facilitadora do Workshop “Do Drama para o Dharma”, baseado no meu primeiro livro, onde nos propomos, através de vários exercícios e meditações, a um maior autoconhecimento e consciência de quem somos, donde viemos e o que andamos cá a fazer.
Há mais de 10 anos que o meu trabalho e compromisso é relembrar a cada um o propósito por trás dos eventos da nossa vida, trazer a Verdade ao de cima, ajudar cada um a sentir o lado sagrado da vida.
E mais importante ainda é lembrar sempre que:
"A mudança que tanto desejamos, tem que começar dentro de nós..."
Sou autora dos livros;
- “Regressão a vidas passadas”
- "Do Drama para o Dharma”
- "A cabeça pergunta a Alma responde”
- “Acorda o Teu Poder Interior”
Para marcações, consultas e inscrições:
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