Aproxima-se o final de mais um ano, altura de balanços e “fecho de contas”. Pensamos em tudo o que ainda nos mantém insatisfeitos, o quanto do que ocorreu que não correspondeu às expectativas. Como consequência, é também o tempo em que, pensando na aproximação de um novo ano, sentimos maior propensão a projectar mudanças significativas nas nossas vidas…

No entanto, há alturas em que a própria vida nos surpreende e as situações se precipitam como verdadeiros sinalizadores que indicam o fecho de um ciclo. As badaladas podem soar a qualquer instante! Percebemos que não há data nem hora marcada para nos renovarmos.

Quando tal acontece, é necessário ter capacidade de aceitação e a sensibilidade de perceber que algo se deteriorou irremediavelmente. É preciso não ignorar as evidências, sob pena de sucumbirmos juntamente com o que agora termina. É preciso sair da zona de conforto já tão desconfortante, libertar do que nos mantém aprisionados e confiar na generosidade do Universo.

A partir da percepção de que tudo na vida é cíclico, é possível reposicionarmo-nos e fortalecermo-nos, percebendo que só dessa forma estaremos aptos a dar as boas vindas ao Novo, com todas as suas infinitas possibilidades, gerando novos projectos e propósitos. Só assim progredimos e evoluímos, só assim crescemos… E como sofremos com as dores de crescimento! Mas é por meio delas que passamos para a etapa seguinte.

Neste estágio, tendencialmente encontramos dificuldade de readaptação, tal é o dispêndio de energia emocional face ao caos interno. Aqui chegados, devemos retirar o aprendizado daquele contexto, despedindo-nos das mágoas, gratos pelos ensinamentos e pela oportunidade de seguir em frente. Sim, porque este é também um momento esplêndido e potencialmente criativo para validar o que pretendemos alcançar.

“Na vida nada se perde, tudo se transforma”. Acreditamos que coisas e pessoas são nossas, mas nada se perde porque nada efectivamente nos pertence… Vida é fluxo, é movimento, é transformação constante, sem garantias ou prazos de validade.

E se alguém escolheu deixar-te para trás nesta caminhada, é porque já não te acrescenta, só de diminui. Então, limpa as tuas lágrimas e sorri. Tu és maior que tudo isso, porque toda a decepção é finita e a esperança infinita. Desapega-te!

Márcia Oliveira
Terapeuta de Desenvolvimento Pessoal; Life and Spiritual Coach; Taróloga
http://marciaoliveiratarot.wixsite.com/terapeuta