Hoje em dia já não temos tanto aquela ideia que uma taróloga tem que ser aquela figura misteriosa numa sala pouco iluminada cheia de velas, com um lenço na cabeça, numa mesa redonda.

Pelo menos nunca fui assim, na adolescência já lia cartas de tarot de forma intuitiva e natural, e comecei profissionalmente a atender pessoas com 23 anos de idade, lembro-me que as pessoas chegavam ao meu espaço, uma sala moderna de luz natural com cristais e cores leves, com musica relaxante a tocar, e ficavam admirados ao ver uma pessoa tão jovem (pensavam que ainda tinha menos que 23), mas cedo se esqueciam desse pormenor e ficavam envolvidas na consulta.

Foi em 2002 no algarve, onde ainda não se viam muitas tarólogas da minha idade, tinha pessoas que vinham de Lisboa e do Alentejo de propósito para as consultas, felizmente continuo no meu caminho evolutivo, onde muito desse trabalho interior foi feito de forma autónoma desde da minha adolescência, pois naquela altura a abertura espiritual não era tão evidente como hoje em dia, desde desse tempo que não tenho parado de fazer consultas, no Reino Unido e novamente agora em Portugal no Algarve e Lisboa.

Aplico a minha arte de ler o tarot de forma simples, prática e sobretudo de forma compreensiva, não me canso de repetir a quem faz leituras ou para quem está a aprender, que estamos a orientar a vida das pessoas, e portanto devemos sempre lidar com cada caso de forma delicada, com compaixão e assertividade, ter muito cuidado com as palavras que usamos.

Pessoalmente vejo as consultas como uma forma de aconselhamento e orientação, algumas pessoas comparam as minhas consultas com uma sessão de psicologia ou de coaching pois o meu foco é sempre ajudar a pessoa no presente, pois só assim podemos influenciar os nossos passos seguintes, com força interior e pensamento positivo.
Posso também ver tendências e possibilidades sobre o que pode vir a acontecer, no entanto tudo é energia, portanto tudo está em constante mudança dependendo da forma como usamos as nossas escolhas, decisões, atitudes, padrões, ou seja tudo é uma questão de livre arbítrio.

Uma taróloga moderna então o que é? É uma pessoa “normal”, tenho também as minhas questões, as minhas duvidas, e o meu trabalho interior sempre para fazer, pois estamos sempre a aprender, portanto não pensem que quem dá consultas tem tudo resolvido, ou que sabe tudo, a diferença está na forma como lido com as situações da vida, pois se estivermos atentos aos sinais e seguirmos a nossa voz interior tudo fica mais facilitado, e ao contrário do que algumas pessoas pensam, todos temos intuição, por vezes não sabemos é escutá-la nem confiar no que sentimos.

Atendo pessoas diariamente, mas quando termino cuido de mim, que pode ser desde de fazer yoga, ir até à praia, ouvir musica, comer, ir ao computador, estar com amigos, ou dormir, faço seja o que for que apeteça e que alimente a minha essência de energia positiva, pois o essencial é não nos esquecermos de nós mesmos principalmente nesta profissão.

Gosto de dançar, sair, cinema, praia, ler, cuidar da minha imagem, tantas coisas (coisas normais (risos), pois sou uma mulher moderna que vive na atualidade, isto para dizer que a arte de ler tarot, astrologia, mediunidade, está completamente aliado a viver uma vida comum, aliás é essencial que haja equilíbrio entre o trabalho e a vida privada, o que é totalmente possível quando se quer realmente, ou seja uma pessoa que trabalha de forma espiritual não tem que apenas fazer meditação ou estar constantemente em templos ou retiros, pois a realidade, as grandes aprendizagens estão lá fora e dentro de nós mesmos, e em convívio com os outros.

Aquela ideia que algumas pessoas não se conseguem desligar das suas “visões, sensações, intuições” no seu dia a dia normal, só é válido se não conseguirem lidar com isso, pois quando existe um equilíbrio interior isso não acontece, podemos desligar quando quisermos e se quisermos, para isso o importante é viver uma vida ativa e não esquecer que estamos a viver na terra, respeitando sempre a nossa energia através de amor próprio.

A aceitação terrena é essencial, viver com os princípios espirituais e morais sim, seguindo a alma sim, mas não esquecer viver cá na terra, pois se fosse para viver noutra dimensão não estaríamos cá, portanto a vida é para ser aproveitada e amada da melhor forma possível.

Namaste,

Jamina Ann da Silva
(Taróloga intuitiva do Tarot dos índios no Sapo Astral e Sapo Zen)
www.jamina.wix.com/jamina