Os «ciclos» têm sempre início nas conjunções (ângulo a zero graus) dos planetas, desenvolvendo-se ao longo do tempo que faz a sua órbita ao redor Sol, até à próxima conjunção na qual que se inicia novo ciclo.

O ciclo «Marte-Vénus» dura 23 meses, pois Marte desloca-se aproximadamente 50' por dia, excepto quando está retrógrado, o que acontece 1 vez em cada 26 meses e dura cerca de 80 dias. Em média, Marte permanece cerca de 2 meses em cada signo, podendo prolongar esta estadia até 7 meses, quando faz a sua retrogradação. Estou a falar de Marte em trânsito fazendo aspetos à Vénus natal.

O ciclo «Vénus-Marte» tem a duração aproximada de 1 ano, pois Vénus desloca-se à volta do Sol à razão de 1º por dia, excepto quando fica retrógrado e estacionário. Faz a sua retrogradação a cada 16 meses, durando aproximadamente 40 dias. Estou a falar de Vénus em trânsito, fazendo aspetos a Marte natal.

Portanto, podemos dizer que em média há 2 ciclos «Vénus-Marte» dentro de apenas 1 ciclo «Marte-Vénus». Com toda esta linguagem mais técnica, o que quero dizer é que Marte e Vénus (em ambos os ciclos) estão continuamente a encontrrem-se, algumas vezes de forma doce e sedutora e outras, de forma mais áspera e agressiva ou possessiva.

Ambos os trânsitos são bastantes similares, com várias nuances, próprias de cada planeta. O trânsito de Vénus, quando direto, é bastante rápido, e os seus efeitos duram entre 3 a 6 dias. Em contrapartida, o trânsito de Marte é mais lento e pode funcionar durante 2 semanas.

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Qualquer trânsito, numa conjunção, favorece novos começos. Como estamos a falar de Vénus e Marte, num período de 2 anos, parecem acontecer 3 novos começos na área dos afetos, do sexo e das emoções fortes e sentimentos amorosos. É por isso que a monogamia foi uma invenção criada pelos humanos, porque se estes fossem deixados à vontade, teriam dentro do possível, vários parceiros/as. E, muitos, fazem-no, mais ou menos às escondidas. Em termos sociais a «família» tem um valor social superior ao íntimo de cada um. Não me compete desenvolver aqui esta questão da «família».

Modernamente, com a aceitação legal do divórcio, as pessoas já podem dar maior vazão aos seus estados mais anímicos. Por isso, é normal encontrarmos vários tipos de famílias: filhos com mães ou pais comuns a conviverem muito bem com os filhos de outras relações dos seus pais.

O ciclo «Vénus-Marte» pode trazer o desejo interno de exercer actividades dinâmicas de cariz artístico ou, então, a vontade expressa e mais comum de concretizar uma relação romântica. É frequente, quando passam por uma oposição que se verifiquem rupturas daquilo que já está mais cansado e gasto.

Este ciclo de Vénus introduz na pessoa a vontade de expressar mais impulsivamente a manifestação dos afetos, despertando uma forte vontade sexual. É o lado mais «natural» do ser humano a funcionar.

Acontecem repentinos «ataques de amor» ou, frequentemente, haver brigas e discussões entre pessoas que hipoteticamente se amam, ou pelo menos, que estejam a viver uma relação. Depois, frequentemente, fazem as «pazes», com toda a carga sexual que esta situação acarreta. É bom que saibam aproveitar estes calores momentâneos.

Nos tempos atuais, tudo isto é acompanhado de grandes frustrações. Então, se o casal está no início de uma relação, o mais certo é um deles não saber se «namora» com o outro. A crise é maior do lado feminino. Quer em consultas ou por email estão sempre a perguntar-me quando é que lhes vai aparecer o «tal». Com tais níveis de ansiedade, o mais certo é não «aparecer» ninguém.

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Quando é Marte a fazer a conjunção a Vénus todas estas situações ficam mais crispadas, muito mais intensas.

Estes dois ciclos estão intimamente ligados à relação sexual, apesar dos assuntos sociais exigirem igual atenção. Nas grandes cidades estes assuntos são resolvidos com rapidez com os amantes a irem para motéis ou hotéis especializados em encontros amorosos, fazendo que ambos cheguem a casa, e não exijam nada de especial dos seus conjugues ou companheiros.

Se conhece bem o seu mapa, tente confirmar estes trânsitos em que dá maior atenção ao que veste, à aparência, às emoções, perfeitamente preparados/as para despertarem o interesse dos outros. Sentem-se atraentes e estão mais propícios a aventuras românticas ou escapadelas sexuais. A classe média americana que vive nos subúrbios das grandes cidades (antes da crise) tinha o bom hábito de deixarem os filhos, apenas uma noite, com pessoas de família e alugavam um quarto de hotel por apenas uma noite com direito a champanhe. Reenergizavam-se assim.

Estes trânsitos trazem a vontade da pessoa se sentir bem, sair, jantar fora, ir a discotecas, dançar...

Quando é Marte a fazer a conjunção as coisas podem ficar mais afiadas, dependendo muito do signo em que se encontrar. Uma certa agressividade no ar, havendo a possibilidade de discórdias, se as demandadas energéticas não forem satisfeitas. A energia sexual é mais forte e existe um desejo mais premente de fazer sexo, modernamente encapotado com «fazer amor», como se isso existisse nessa área. Mesmo que não haja carinho, afetos ou romance.

Uma dica: quando Marte está lento no seu movimento, pode significar o início de uma relação amorosa que durará algum tempo, ainda que não completamente feliz. Porque, obviamente, são relacionamentos baseados na ação sexual. E esta atração, sem amor, tende a extinguir-se.

A prática de desportos é benéfica pela forma como reequilibra as energias contidas de natureza sexual.

Imagine o que será este ciclo quando atinge a quadratura e a oposição. O desejo sexual intensifica-se, aparecendo também a agressividade, a compulsão, a impaciência. Se o casal de companheiros estiver a passar por alguma dificuldade, será nestes trânsitos que se sentirão os seus efeitos. Se no casal, as coisas estiverem normalizadas, não passará de uma pequena tempestade. Relações iniciadas numa destas quadraturas, habitualmente, não têm futuro. Cuidado com os ciúmes, pois não esqueçamos que Marte rege dois signos: Áries/Carneiro e Escorpião e Vénus também é regente de dois signos: Touro e Libra/Balança. É muita energia junta.

Texto de António Rosa em Cova do Urso