Júpiter, o planeta que acrescenta transita conjunto a Neptuno, o planeta que dilui. Tendo em mente os simbolismos dos planetas envolvidos, no caso de Neptuno ilusão, imaginação, inspiração que conjunto a Júpiter “sofre” o efeito modificador característico o de que acrescentar, expandir. A título de exemplo, Neptuno rege o petróleo, do qual nesta altura assistimos a uma descida de preço mas já todos percebemos a impermanência desta situação, o outro lado da moeda deste incremento da fluidez, representada por Neptuno.

Por sua vez o de Júpiter cujo arquétipo também nos remete para os valores da justiça, da fé, da prosperidade e da filosofia, tocado e modificado por Neptuno elevando estes valores para uma dimensão superior ao diluir as visões mais individualistas, num excelente apanágio ou seja qualidade inerente ao signo de Aquário por onde transitam os dois, o signo do colectivo e dos valores humanitários.

Assim sendo estes dois juntos sugerem que os assuntos de espiritualidade, religiosidade, fé e auto-sacrifício estejam na ordem do dia, bem como a necessidade de os usarmos e incorporarmos no dia-a-dia.

O que poderá ser a lufada de optimismo que nos é necessária numa época em que assistimos ao colapso de estruturas, Plutão em Capricórnio, acompanhado pela instabilidade e insegurança características de mudanças para o desconhecido, Saturno em oposição a Úrano, os grandes movimentos astrológicos que vivenciamos, para completar os outros grandes acontecimentos astrológicos da actualidade.
Júpiter – Neptuno parecem ser a conspiração cósmica que sugere que nos preparemos para o futuro com uma postura mais crente, despojada e nua de preconceitos, um teste à nossa confiança.

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Júpiter rege a Casa 9, a das leis, da educação superior e internacionalismo, Neptuno é o regente moderno da Casa 12 a do confinamento, a que eu prefiro chamar de bastidores da alma, onde a influência se quer a um nível mais holístico. Neptuno simboliza também os modismos e meios de comunicação para massas, com a capacidade de chegar a muitos.

Vivemos numa época fabulosa no que toca aos ditos meios na medida em que o que acontece no outro lado do nosso planeta pode ser visto deste em simultâneo. Esta facilidade enriquece e expande o conhecimento individual, viajamos sem sair do confinamento do sofá. Mas também alastra e provoca excessos destorcendo fronteiras.

Aos mais cépticos que porventura estiverem a ler isto, não estou a responsabilizar os astros pelo que quer que seja, a astrologia tem a faculdade de retratar sem julgamentos. O conceito de bom ou mau, cabe ao ser humano, assim como as acções. A posição dos astros permite que olhemos o todo e abarquemos o significado mais amplo do que ocorre em determinado momento.

Não podia terminar sem referir Chiron, o asteróide que também está envolvido neste importante trânsito de Neptuno e Júpiter. Relembrando a sua história; Chiron dedicou a sua vida curar os deuses enquanto ele próprio padecia de dor. Condenado a sofrer por toda a sua existência, onde este se encontra no horóscopo individual será onde de alguma forma iremos vivenciar aquele arquétipo, o de curar os outros independentemente da persistência da nossa mágoa.

Com esta envolvência de Chiron – Neptuno – Júpiter, para alguns consoante o ponto natal activado por este trânsito, será uma época de ouro para se reconhecer e entender a nossa ferida. A “quase” cura que vem com a tomada de consciência. Perdão, ilusão e confiança estarão muito presentes nas vidas principalmente nos que tiverem o Sol ou a Lua entre 23º-29º de Aquário, Touro, Leão e Escorpião, os signos fixos.

Ana Cristina Corrêa Mendes
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