Actualmente, quando se fala de Astrologia, apenas dois dos seus múltiplos aspectos vêm à mente da maioria das pessoas: os horóscopos de revista e o mapa natal, com o signo solar, o ascendente, etc.

Os horóscopos de revista têm tanto de Astrologia como o acto de misturar sabão e água para fazer bolhas tem de Química. Astrologicamente, são um absurdo. Estes horóscopos surgiram no sec. XVIII com os almanaques astrológicos. O interesse pela astrologia aumentou e houve a necessidade de inventar um modo de fazer “previsões” fáceis, simples e comuns a um grande número de pessoas. Foi então inventado o signo solar, que até aqui era um conceito praticamente inexistente, passando a fazer-se “previsões” baseadas apenas neste ponto.

Ora um mapa astrológico é algo muito mais complexo. Para ter uma ideia da sua complexidade, basta dizer que todos os doze signos têm de alguma forma expressão num mapa. Portanto, dizer que “eu sou Gémeos” ou “eu sou Leão” é um absurdo astrológico. De facto, a personalidade de cada um de nós resulta da soma de diferentes proporções de cada signo, estruturadas numa combinação única que é o nosso mapa natal ou (e agora sim) horóscopo.

O estudo do mapa natal faz parte da disciplina da Astrologia denominada Astrologia Natal, pois refere-se ao nascimento ou natalidade de um individuo. Este tipo de Astrologia é o mais difundido actualmente, mas existem outros campos de igual complexidade e importância. Nesta série de artigos vamos explorar um desses campos: a Astrologia Mundana ou Astrologia do Colectivo.

Como o próprio nome indica este ramo estuda movimentos planetários e procura entender o seu efeito no colectivo humano. Através do estudo dos eclipses anuais, os ingressos sazonais e o movimento dos planetas lentos estabelecem-se relações entre nações, povos, regiões do planeta, estruturas politicas e mentalidades – todos eles reflexos do estado do colectivo.

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Podemos então afirmar que, enquanto a Astrologia Natal estuda a consciência individual, a Astrologia Mundana ou Colectiva estuda a consciência colectiva.

A consciência é algo fundamental para o desenvolvimento humano. E ao aproximarmo-nos da “aldeia global” interessa entender conscientemente esta “globalidade”.

Sou da opinião que este ramo da Astrologia, tal com aconteceu com a Astrologia Natal no início do sec. XX, deve ser modernizada e reestruturada.

Através desta reestruturação podemos obter uma ferramenta de compreensão do colectivo que podemos associar à compreensão das dinâmicas individuais.

Só assim podemos trabalhar para uma consciência grupal e uma postura dita “aquariana” da qual muita gente fala “à boca cheia” sem na verdade se compreender do que se trata.

No próximo artigo voltaremos a abordar a questão da Era de Aquário e o seu efeito na mentalidade colectiva.

por: Luis Ribeiro

Espaço Astrologia