Ar e Fogo assumem destaque durante o mês de Dezembro e oferecem-nos extraordinárias oportunidades de desenvolvimento que se caracteriza pela fluidez das suas relações planetárias.
Durante todo o mês de Dezembro, Júpiter em Balança está em sextil com Saturno em Sagitário (tema já tratado em Novembro Astrológico), e Saturno em Sagitário em trígono com Úrano em Carneiro. Este último aspecto constitui um bom suporte de fundo para as dinâmicas de exploração e mudança que surgem durante este mês.
Depois da “limpeza” pela qual Vénus passou em Novembro quando se encontrou com Plutão e Úrano, podemos dizer que o mês de Dezembro é bem mais gratificante depois de ingressar em Aquário no dia 7 de Dezembro. Numa breve introdução mais técnica, Marte e Vénus fazem exactamente as mesmas configurações em períodos diferentes (entre 1 a 10 de Dezembro e entre 23 e 27 de Dezembro, respectivamente). Eles activam o sextil entre Júpiter e Saturno e o trígono entre Úrano e Saturno. No caso da Vénus tudo isto torna-se exacto no grau 20, no dia 25 de Dezembro, o que, permitam-me dizer, é um belo presente de Natal. Marte e Vénus fazem sextil a Úrano e Saturno (seus regentes, e Vénus mantém uma “recepção mutua” com Saturno e Marte com Úrano – regem-se mutuamente) e trígono a Júpiter (disposto por Vénus) e com estas relações obtemos 2 configurações planetárias que em astrologia se denomina de “minor grand trine”.

Estas são configurações em signos yang (Ar e Fogo), e por esse motivo extremamente dinâmicas, de grande aceleração, e com forte energia de realização, de impulso para novos projectos, através das quais podemo-nos dar a oportunidade de sermos (pelo menos) um pouco radicais, e esperar pelo inesperado com tudo o que isso representa de impacto na natureza humana (que se caracteriza essencialmente pela tendência para o apego e para o “hábito”). Durante a passagem de Marte podemo-nos sentir mais compelidos a inovar, renovar e mudar, mas com maior capacidade de consolidar essas intenções, no sentido de lutar por algo diferente e conseguir maior liberdade na nossa vida. Com esta configuração temos a coragem, a inspiração, a certeza e a ousadia! Se existem na vida aqueles momentos em que esperamos pela oportunidade de tomar decisões que nos “des-habituem”, e por isso mesmo denominadas de “radicais”, e que nos abram caminho, este é sem dúvida um desses momentos. Aqui podemos beneficiar de uma atitude mais idealista e ideológica perante a vida, onde agimos em função do que acreditamos ser o futuro que idealizamos. Para os que possam ser mais adeptos da estabilidade, da segurança e de um estilo de vida rotineiro e sem grandes sobressaltos, este será sem sombra de dúvidas aquele momento na vida em que somos surpreendidos pelo “furacão” e desejávamos ter conseguido fugir a tempo para nos fechar e abrigar no “bunker” (refiro-me essencialmente, e de uma forma geral, aos que têm energias em signos de água – caranguejo, escorpião e peixes - e terra – touro, virgem e capricórnio). Podemos sempre escolher correr a favor do vento, contra o vento, ou ainda ficar parado e escolher nada fazer. A passagem de Vénus pela configuração activa e movimenta contratos, parcerias, aumenta a possibilidade de nos vermos com pessoas diferentes, de consolidar e renovar a nossa rede de contactos, bem como novas oportunidades de desenvolvimento financeiro. Novas formas de aplicar os nossos recursos, investindo a pensar num futuro melhor. É importante perceber as áreas de vida (no mapa natal de cada um) onde se desenham estas configurações. Essas serão as áreas onde poderemos beneficiar das oportunidades, principalmente se tivermos planetas ou ângulos em relação com estes graus.
Em termos colectivos e mundiais isto pode representar um maior impacto no avanço de medidas relacionadas com os direitos humanos, na luta pela paz naqueles cantos do mundo que tanto carecem dessa igualdade de oportunidades e de viver uma vida em harmonia e em liberdade.
A transitar ainda pelo signo de Sagitário, o Sol faz sextil a Júpiter de 7 a 12, conjunção Saturno de 8 a 13 e trígono a Úrano de 10 a 14. Continuamos com o acréscimo de vitalidade e com a autoconfiança para escolher expressar livremente a nossa criatividade.

Mercúrio ingressa em Capricórnio no dia 2 de Dezembro e a energia do pensamento passa a estar mais voltada para as questões práticas. Pensamos em formas de estruturar as nossas ideias, em testar o que antes eram apenas teorias. Pensamos mais atentamente na realidade dos factos e das circunstâncias, de forma mais séria, no sentido de redimensionar a nossa vida e enquadrá-la nos limites das nossas (novas) possibilidades. Durante este período, faz sextil a Neptuno de 9 a 13 e de 25 a 29, e conjunção Plutão de 16 a 22 e estes contactos podem ajudar a compreender melhor e mais profundamente o "onde" e o "quê" nas nossas vidas que podemos e devemos sacrificar para conseguirmos estruturar as novas propostas. No dia 19 inicia movimento retrógrado no grau 15 (permanecendo assim até ao dia 8 de Janeiro de 2017). Durante este período, repensamos nas nossas responsabilidades e como podemos efectivamente optimizar a forma como a nossa vida está organizada. Remetemos novamente para o que foi dito no início deste artigo com relação à harmonia que se forma ao longo deste mês entre os planetas nos signos de fogo e ar, e dos quais faz parte Saturno. Como regente de Capricórnio, onde se encontra Mercúrio, esta condição harmoniosa favorece a resolução dos problemas e a consolidação das intenções para que as mesmas sejam realidade manifesta. Com toda a proposta de expansão, de oportunidades, de mudança que temos durante este mês de Dezembro, esta condição de Mercúrio pode ser sentida de forma antagónica, mas somente se estivermos com o pensamento mais focado nos problemas e não tanto numa forma prática de obter soluções para resolver os problemas e deixar a vida avançar com confiança que o que está para vir será pelo melhor. As circunstâncias à nossa volta acontecem de forma mais rápida do que talvez consigamos dar resposta. O segredo está em deixar fluir e tratar cada coisa a seu Tempo (Saturno). Talvez tenhamos que arriscar avançar para uma nova fase de vida ao mesmo tempo que ainda procuramos resolver assuntos e compromissos do passado. Tempos de vida a acontecer em simultâneo, mas como nos ensinou Einstein, o tempo é relativo. Por isso deixemo-nos movimentar por entre as linhas do Tempo, para trás, para a frente, em linha recta ou curva, sem nos esquecermos que tudo acontece no Tempo certo...
Bom trabalho para Dezembro!

Sobre a autora:
Ana Paula Pestana sempre desenvolveu a sua actividade académica e profissional na área das ciências, mas a sua busca espiritual e o interesse pelos símbolos levou-a a mudar todo o sentido e orientação que sua vida tinha até então. Aconteceu no dia em que assistiu à sua primeira aula de astrologia no Quíron com Maria Flávia de Monsaraz, em 2006. Desde então completou vários estudos em astrologia passando igualmente pela Faculty of Astrological Studies (Londres) e pelo AlmaSoma (Instituto de Transpessoal) para o desenvolvimento de ferramentas ligadas à psicologia e à espiritualidade. Desenvolve o seu conhecimento e prática astrológica (em consultas, formação, palestras e workshops) com base nos princípios do esoterismo porque, no seu entender, a astrologia é mais do que um conhecimento, é uma filosofia de vida que a fez sentir-se em Amor com a Vida. Paralelamente desenvolve um projecto de ensino em astrologia e desenvolvimento transpessoal em conjunto com a AlmaSoma (Instituto de Transpessoal) que terá início em Setembro de 2016 e que oferece ao estudante de astrologia uma estrutura de ensino profunda e completa (consulte o seu blog para mais informações).
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