Pensa-se que a Astrologia foi introduzida na China através das rotas comerciais da Ásia Central no terceiro milénio antes de Cristo.

Ao longo dos séculos a Astrologia chinesa criou as suas próprias peculiaridades. O conceito chinês de Universo e a teoria das causas subjacentes, uniram-se à astrologia para formar um entramado bastante complexo de conceitos.

O Universo divide-se em cinco moradas (o ponto central e as quatro regiões cardinais), existem cinco elementos (madeira, fogo, terra, metal e água) e cinco planetas, para além do Sol e da Lua. Todas as partes desta estrutura estão relacionadas entre si, de tal forma que todos os fenómenos – cores, planetas, signos, emoções, elementos, etc,- possuem relações especiais.

Além disso cada coisa é Yang, masculino, claro e móvel, ou Yin, feminino, obscuro e estático. Os doze signos do Zodíaco estão representados por animais: rato, boi, tigre, coelho, dragão, serpente, cavalo, cabra, macaco, galo, cão e porco. Estes signos não dividem o firmamento, como no sistema babilónoco, mas sim o Equador. Correspondem a cada uma das doze horas-duplas usadas para medir o dia e cada um dos doze meses do ano.

Os astrólogos eram frequentemente consultados por imperadores e chefes militares que queriam saber datas propícias para cerimónias e campanhas. Com um sistema tão complicado como este, os erros eram frequentes e, uma vez que se atribuía grande importância aos acontecimentos celestes, a posição dos astrólogos na corte chegava a ser perigosa.

O equipamento básico utilizado pelos astrólogos clássicos até há relativamente pouco tempo era o disco mágico Lo- King, um horóscopo dividido em seis círculos para predizer o futuro de um indivíduo. Conta Marco Polo (1245- 1324) que o viu utilizar durante a sua larga permanência na China sob o domínio mongol de Kublai Khan, e que servia para fixar a data de cremação dos dignatários que faleciam. As cerimónias não podiam realizar-se até que os planetas de nascimento do sujeito estivessem no ascendente e, assim o corpo poderia permanecer embalsamado e fechado no ataúde, durante semanas e até meses. Este hábito perdurou até bem entrado o século XIX.

Obviamente que a astrologia não têm um lugar oficial na República Popular da China, mas o nascimento da República teve lugar sob signos tão auspiciosos, que vários astrólogos sugeriram que Mao Tse-tung, deve ter actuado com acessoramento astrológico.

José Arjones Maiquez