Marte, regente de Carneiro e Escorpião, é visto tradicionalmente como planeta maléfico. Embora perceba esta qualificação, não concordo com ela. Aliás, não concordo mesmo nada que se qualifiquem os planetas como maléficos ou benéficos. Do meu ponto de vista é muito limitador. Todos os planetas desempenham uma função e todos eles, quer benéficos, quer maléficos, quando usados de forma pouco integrada e pouco consciente podem ser destrutivos. O uso construtivo e dirigido da energia marciana, ou de outra energia qualquer, depende exclusivamente do nível de integração individual. A má reputação de Marte vem do facto de estar ligado ao conflito, à guerra. Marte, é associado à cólera, ira, violência, conflito, líbido, sexo, corpo de desejo, impulso egocêntrico para a acção, para a conquista da expressão individual. Deus da guerra!.. E não nos esqueçamos que há muitas formas de guerra, muitas formas de matar. Na Grécia antiga (Ares,) Roma antiga (Marte), ou agora, todos reconhecemos este lado sombrio e primitivo da energia marciana.

Um Marte ao serviço do medo, do Ego, pode ser bem maléfico…

“A frustração é aquilo que Marte não pode aguentar. Nos signos de fogo, ele fica irado e violento; nos de água, ferve e planeia subtis vinganças; nos signos de ar, grita e apela; e nos de terra, agita as coisas. Isso, com efeito é uma supersimplificação. Mas um marte negativo age em todo o criminoso…” (In O Simbolismo Junguiano na Astrologia – Alice O. Howell).

Se Marte pode ser destrutivo pela acção impetuosa e egocentrada também pode ser destrutivo pela inacção, pela passividade. A energia marciana é muitas vezes castrada no processo de crescimento. Todos ouvimos desde pequenos que agressividade é “mau”, não devemos ser agressivos… devemos guardar a nossa raiva… por outro lado, não nos são dadas alternativas positivas para usarmos e dirigirmos esta energia. O que acontece é que não aprendemos a expressar a nossa energia marciana, não aprendemos que agressividade e assertividade têm na base a mesma energia. Assim, “engoli-la”, deixá-la dentro de nós quietinha, parece ser o melhor caminho. No entanto, as “raivas” começam a feder e vão aparecer em momentos desadequados e com uma força desproporcional ou, cristalizam-se e põe-nos doentes… no mínimo provocam úlceras.

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Marte simboliza a acção para realizarmos o nosso potencial criativo, o Sol. Marte abre o caminho para podermos realizar e expressar quem somos. É o que nos faz tomar iniciativas e agir no mundo. Garante que os nossos valores são realizados.

“Jung diz que a líbido é mais do que apenas um impulso sexual, pois ela combina o impulso sexual e a força da vida. Essa energia pode ser interpretada como uma parte da psique – energia psíquica. Quando consideramos isto astrologicamente, Marte pode ser considerado o cavalo que carrega o cavaleiro (sol). O cavaleiro não chegará ao seu destino se o cavalo não o levar. As duas energias trabalham juntas, uma precisa da outra”. (In – Compreensão Astrológica da Personalidade – Betty Lundsted)

Marte significa auto-afirmação, é o impulso masculino da necessidade de afirmação e projecção da individualidade. É indispensável para que a nossa espécie se reproduza. É a necessidade de tomar iniciativas, conduzir acções, avançar, progredir, vencer obstáculos. É o que nos ajuda a ser líderes da nossa própria vida. É a garantia da nossa independência. O signo, casa e aspectos de marte no tema natal, são determinantes também para a nossa direcção profissional.

“Se Marte representa a libido, o impulso sexual e também a nossa habilidade de transformação, então Marte pode ser chamado de símbolo sobre o qual repousa a nossa chance de conhecimento. Todas as filosofias ocultas dizem a mesma coisa – os budistas, ou hindus, os egiptologistas e os alquimistas, todos falam a respeito da mudança da consciência. O alquimista estava interessado em mudar metais em ouro (ou alguma coisa de valor). A energia de Marte representa a acção; ela também pode representar a raiva. Quando a energia da raiva é recanalizada, ela se transforma em “ouro”. Ela fornece a energia que nos permite elevar o potencial do signo do Sol aos níveis mais altos possíveis durante a vida”. (In – Compreensão Astrológica da Personalidade – Betty Lundsted)

O que e quem seríamos nós sem Marte…? Tomarmos consciência do nosso potencial para a acção pode ser muito revelador. Aprendermos a tirar partido do nosso Marte provoca concerteza muito crescimento. Para além disso, Marte leva mais ou menos dois anos a percorrer todos os signos, assim, em trânsito, activa várias vezes o nosso mapa. Termos noção dos trânsitos de marte, do que ele está a activar no nosso mapa, ajuda-nos a direccionar a energia marciana, tirando partido dela.

Marte é pura energia e, como diz Maria Flávia de Monsaraz, a direcção da sua energia depende se está ao serviço do sol ou da lua, ou seja, do “Eu Sou” ou do “Eu Reajo”.

Vera Braz Mendes

Astróloga, coach, Master practitioner em PNL
Apoio Individual

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