São dezenas de astrólogos, videntes, cartomantes, mediuns, espiritualistas, tarólogos - tantos prometendo a cura, a salvação, a resolução de todos os problemas deste mundo e do outro. Inveja, mau-olhado, alcoolismo, traição, abandono, saúde, engate, amor e família, até o clube de futebol que insiste em perder. Tudo, ou nada que uma consulta com um destes ilumminati não resolva.

Mas o motivo do meu espanto cresce ainda mais, quando leio “pagamento após resultado positivo”, como se de uma garantia de sucesso se tratasse. Como o “satisfeito ou reembolsado” numa embalagem de sabonete de hipermercado. E aí o espanto dá lugar ao assombro e quase à revolta, se a revolta merecesse a minha energia.

Então recordo a frase sábia de um amigo e eterno professor, que sempre diz “cada um tem os astrólogos que merece!” a propósito destes falsos salvadores e das suas promessas, e daqueles pobres inconscientes desesperados que a eles recorrem e que neles acreditam.

O que significa que quem espera que os problemas se resolvam sem nada fazer, apenas pagando, se calhar está no mesmo nível de consciência do artista que o engana.

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Um astrólogo não pode resolver a vida a ninguém, porque cada um é responsável pelo seu próprio destino. E nem sequer é esse o propósito do serviço de um astrólogo ao seu semelhante.

Cada um de nós tem o poder de mudar a sua própria vida, se mudar o seu nível de consciência e compreensão. Por isso, o que um astrólogo pode - e deve - propor é uma alquimia da consciência, alicerçada num maior auto-conhecimento e na compreensão de certas leis básicas que governam o universo em toda a sua manifestação - nos seus ciclos, no seu propósito evolutivo, no seu esplendor.

Para isso serve consultar um astrólogo - ouvinte, sacerdote, estudante, intérprete do inconsciente, psicólogo, professor, eterno aprendiz. Para que ele nos ajude a entender o propósito de crescimento interior contido em cada experiência de vida.

Para que ele nos explique o que é que em nós atraiu a experiência dolorosa que não estamos a entender.

Para que ele nos devolva à responsabilidade pela nossa própria vida e pelas partes de nós próprios que não queremos reconhecer.

Não para nos resolver a vida. Mas para nos acrescentar consciência.
Nuno Michaels

Nuno Michaels é conselheiro astrológico, Life-Coach e professor de Astrologia Psicológica no QUIRON - Centro Português de Astrologia. Orienta grupos em Lisboa, Porto e Faro e mantém, desde Janeiro de 2009, uma rubrica semanal sobre Astrologia, Espiritualidade e Desenvolvimento Pessoal no Rádio Clube Português.
Mais sobre o seu trabalho em www.nunomichaels.com

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