Muitos homens e mulheres estão solteiros porque têm dificuldade em encontrar alguém que os ame, que os compreenda e que os apoie. Alguns porque têm sentido essa dificuldade desde sempre. Outros porque as pessoas com quem se têm relacionado ao longo do tempo não têm correspondido às suas expetativas e ambições, cada vez maiores num mundo em mutação permanente. Os próprios timings para os relacionamentos também mudaram.

« Hoje, a priorização dos estudos e carreira não é a mesma de há décadas atrás, sobretudo para a mulher, para quem o casamento representava uma forma de vida mais segura e que não devia ser adiada», sublinha Liliana Duarte, diretora-geral da Amore Nostrum, a maior agência matrimonial portuguesa, procurada essencialmente por descomprometidos e por pessoas que pretendem acabar com os seus dias de solidão.

Qual o perfil-tipo de quem recorre à vossa agência. São essencialmente pessoas solteiras?

Não, os solteiros atingem uma percentagem de cerca de 20% dos nossos clientes e são geralmente pessoas entre os vinte e poucos e os 35 anos. Os divorciados representam mais de 50% dos clientes, dividindo-se por variadas idades e pela condição de terem filhos pequenos, ou já adolescentes. E, depois, temos as pessoas mais velhas, com 50 e tal, 60, 65 anos e até mais, pessoas que já têm os filhos criados e sentem um vazio nas suas vidas.

São mais homens ou mais mulheres a procurar o tipo de serviços que disponibilizam?

As motivações são essencialmente as mesmas ou variam? Verifica-se um equilíbrio no número de homens e mulheres que nos procuram. E as motivações são, basicamente, ainda não terem encontrado a pessoa certa e existir o desejo de começar uma relação séria, que não passe pelas armadilhas e pelas surpresas dos conhecimentos pela internet.

Nem sempre é fácil encontrar a pessoa idealizada e todos sabemos que os fatores negativos e irreconciliáveis com a própria personalidade muitas vezes se apresentam passado bastante tempo de as pessoas se terem conhecido. Uma coisa é certa, este serviço dirige-se a homens e mulheres com determinado grau de exigência e que não querem deixar ao acaso do destino o tipo de pessoa que vão conhecer…

Como se processa o serviço? Como é que são feitas as correspondências e identificadas as compatibilidades entre as pessoas?

O nosso serviço é realizado através de uma equipa especializada em relacionamento humano. É presencial, sério e respeita os valores tradicionais da sociedade portuguesa no que diz respeito à vida íntima sentimental. Só aceitamos pessoas descomprometidas. E também garantimos a confidencialidade, pois não fornecemos os dados pessoais, incluindo o nome, morada e números de telefone dos clientes.

As pessoas chegam a uma consulta com os nossos psicólogos/consultores e fornecem elementos como a idade, as habilitações, a profissão, o signo, a zona de residência ou o estilo de vida, se são solteiros ou divorciados, se têm filhos e de que idades, entre outros, explicando que tipo de pessoa querem conhecer, desde o tipo físico à maneira de ser e aos objetivos de vida que possam ser compatíveis com as suas próprias expetativas…

Depois, na Amore Nostrum, partindo-se de uma base científica, faz-se o cruzamento de dados através do qual se identificam graus de compatibilidade, perfis que possam ser os ideias para esta ou aquela pessoa. Eleitos esse ou esses perfis que tenham grande possibilidade de ir ao encontro dos desejos de um cliente, fazemos o contato com ele e o passo seguinte será marcar um encontro que é sempre realizado nas nossas instalações e na presença de uma consultora.

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Como é organizado o primeiro encontro e quais os procedimentos mais comuns?

É sempre realizado nas instalações das agências, depois de cada candidato ter sentido que quer conhecer determinada pessoa e de, geralmente, já ter visto uma foto. Mas isto só se a outra pessoa o tiver autorizado… Depois, uma consultora apresenta os candidatos. Isso é um apoio e segurança que os nossos clientes valorizam, ter alguém que quebre a timidez da apresentação e até avaliar se esse primeiro impacto foi positivo, se houve um clique…

Depois, geralmente preferem sair e dar uma volta ou ir tomar um café, conversar e conhecerem-se melhor, trocando contactos se assim o entenderem... E mais tarde contactam-nos para dizer como correu. E, quase sempre, podemos afirmá-lo, origina um relacionamento!

Qual a taxa de sucesso da vossa agência?

A taxa de sucesso da nossa agência situa-se entre os 85 e os 90%.

A avaliar pela sua experiência, os solteiros de hoje são diferentes dos de há alguns anos atrás?

Os solteiros que hoje nos procuram na Amore Nostrum são maioritariamente homens e mulheres que investiram nas suas carreiras académicas e profissionais. Adquirida a estabilidade profissional, muitas vezes na casa dos trinta e até quarenta anos, decidem realizar-se na vida familiar.

As pessoas solteiras são, na sua opinião, mais infelizes?

Hoje, a priorização dos estudos e carreira não é a mesma de há décadas atrás, sobretudo para a mulher, para quem o casamento representava uma forma de vida mais segura e que não devia ser adiada. Nos nossos dias, o objetivo de casar muito cedo não existe, como dantes. E, pelo acompanhamento dos casos que têm passado pelas agências Amore Nostrum, podemos dizer que os jovens de hoje não se sentem infelizes com a sua condição single.

Sobretudo nas grandes cidades, onde têm uma vida social mais ativa. Mas certamente são muito determinados quando sentem chegar a altura de assentar, digamos assim. E, quando nos procuram, querem garantir que uma felicidade conjugal não dependa apenas da sorte, mas procurando os perfis que possam ir ao encontro das suas expetativas. E isto inclui o tipo físico, a personalidade, o nível cultural, os interesses na vida e, certamente, vários objetivos comuns.

Um estudo internacional diz que os solteiros são mais exigentes. Também sente isso na sua atividade ou, antes pelo contrário, nas questões da afetividade, o medo da solidão e o receio de não ser amado torna as pessoas menos seletivas?

Não, a nossa experiência diz-nos que esta faixa de clientes é cada vez mais exigente, referindo que as pessoas que têm aparecido nas suas vidas não têm correspondido aos seus ideais de vida ou simplesmente não lhes despertam atração. Na sua maioria, projetam casar a curto ou médio prazo e constituir uma família com base em interesses e expetativas de vida comuns.