Três exemplos de encontros e desencontros que moldam a nossa personalidade:

1. Você terminou um relacionamento com o seu parceiro que durou 7 anos. Como é que se sente?

2. Você divorciou-se do seu esposo, da qual tem dois filhos e manteve um relacionamento de 20 anos. Como é que se sente?

3. Você acabou de saber que o seu parceiro, afinal, não era leal na relação de intimidade, porque a enganou com a ex namorada durante meses. Como é que se sente?

Haveria muitos mais exemplos que ilustram a forma como os relacionamentos de intimidade duradouros moldam a nossa personalidade.

Como sabemos, manter relacionamentos duradouros, saudáveis e estimulantes não são uma tarefa simples. Nas consultas, a maioria das pessoas com problemas de relacionamentos necessitam de ser recordadas, constantemente, que numa relação existem duas pessoas, onde cada uma, individualmente, precisa de «fazer o trabalho de casa» que é compreender-se a si própria, o mais honestamente possível.

Sabia que esta constatação pode representar um desafio enorme e assustador porque também não é uma tarefa simples – refiro-me ao auto conhecimento e desenvolvimento pessoal? Somos seres limitados, e algumas das nossas limitações são reveladas quando adoptamos a postura defensiva de apontarmos com frequência o dedo e a crítica ao parceiro, em vez de conseguirmos fazer uma auto critica ou mudar as crenças que reforçam os nossos próprios comportamentos disfuncionais. Como as relações moldam as características das nossas personalidades, precisamos de monitorizar, adaptar, compreender e aceitar quem somos, num processo de mudança e transformação.

As relações íntimas românticas moldam o conceito de nós mesmos através das normas de condutas razoáveis. Metas atrativas e alcançáveis ajudam a definir uma opinião favorável (ou o contrário) em relação a nós próprios, incute-se a segurança, a pertença, o reconhecimento, a aceitação e a motivação para explorar, com confiança, os mistérios e as pessoas que nos rodeiam.

Nos encontros e desencontros, qual é o seu mapa do amor na selecção do seu parceiro?

A resposta a esta questão revela-se complexa porque alguns de nós não conhecem o seu mapa do amor. Desde a adolescência que vamos elaborando um menu/catálogo de traços e características do nosso parceiro; o estilo, as preferências, os interesses, a feição, a educação, o estatuto, valores e crenças. Procuramos um parceiro que concorde connosco ou que nos desafie e estimule, que nos proteja e admire ou que nos reconheça e motive, procuramos um parceiro que nos tranquilize e que seja previsível ou que nos divirta e que estimule intelectualmente, etc.

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Encontros e desencontros e padrões de conduta

Quanto mais responsabilidades assumirmos pelos nossos próprios sentimentos e comportamentos, melhores são as decisões e as opções. Quanto melhor forem as decisões e opções, mais saudáveis e estimulantes são os resultados. Quanto melhor forem os resultados, menos propensos estaremos a optar por relações de intimidade disfuncionais; umas atrás das outras.

Se o resultado das decisões e opções acrescentar significado ao rumo das nossas vidas, melhor será a relação connosco (auto estima) e as relações interpessoais. Quanto melhor for a auto estima; melhor será o leque de opções e escolhas.

Aquilo que fazemos transforma-se em hábitos. Os hábitos controlam a nossa vida; determinam o menu de opções que consideramos disponíveis e possíveis. Como não nascemos com manuais, somos nós próprios que os produzimos.

Identifique as suas limitações e imperfeições na relação de intimidade romântica; crenças e padrões que boicotam ou promovem a confiança no seu parceiro.

Nos encontros e desencontros, aquilo que não compreendemos temos a tendência para negar, resistir e justificar.

Não é com os olhos que o amor vê, mas com o espírito. E daí que pintem cego o alado Cupido , Shakespeare.

Votos de uma semana recheada de encontros e desencontros com significado.

João Alexandre Rodrigues 
Técnico de aconselhamento de comportamentos aditivos.
Formação em Inglaterra (Farm Place e Broadway Lodge)
e nos EUA (Hazelden Foundation).
Consultas directas: Tmv 91 488 5546

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