O nosso parceiro nem sempre é tudo o que queremos. Ser o marido perfeito, o pai ideal e o melhor amigo nem sempre é possível. Por vezes só é possível (e realístico) ter parte dessas coisas. “Essas necessidades podem ser satisfeitas por outras pessoas, incluindo nós próprios”, diz a terapeuta Angela Skurtu. “Se somos uma pessoa extrovertida casada com alguém introvertido, é provável que procuremos ter mais amigos com quem possamos sair para além do nosso marido.”

O telemóvel é inimigo da relação. No caso de um casal que partilhe a mesma casa e não esteja numa relação à distância, a tecnologia acaba por, a pouco e pouco, distanciá-los um do outro. “Na cultura tecnológica em que vivemos é muito fácil perdermos a conexão que mantínhamos com a outra pessoa no início da relação”, afirma a psicoterapeuta Andrea Wachter que deixa um conselho quando estão a sós. “Foque-se, a sério, naquilo que o seu parceiro tem para lhe dizer.”

O sexo deixa de ser o que era. É normal que com a rotina, o cansaço e o stress, a vida sexual do casal deixe de ser aquilo que era. Mas comparar as coisas não resolve nada. Andrea Wachter afirma que a solução passa por reacender a chama. “Os casais precisam de colocar de parte a ideia de que o sexo é um objetivo e começar com coisas simples, como dar as mãos, dar um beijo ou fazer uma massagem”, revela.

As relações não são perfeitas. Ter tudo aquilo que sempre imaginou e desejou para a sua relação nem sempre se concretiza. De acordo com a sexóloga e terapeuta em relações, Laurel Steinberg o importante é que o casal não encare isso como algo estritamente necessário. “O casal deve encarar essas expectativas como ‘desejos’ em vez de ‘necessidades’”, afirma.

Há coisas que nunca vão mudar. O ideal seria que as pessoas mudassem, mas a verdade é que amar também requer aceitar as coisas menos boas do nosso parceiro. A psicóloga e terapeuta de sexo Stephanie Buehler dá o exemplo. “O meu marido, com quem casei há 30 anos, tem o hábito de comer uma banana todas as manhãs e deixar a casca no lava-loiças. […] É aqui que o amor dá jeito, assim como a compaixão. Deve ser difícil para ele lembrar-se que tem de deitar a casca no lixo. Eu tenho compaixão por ele, amo-o. E, apesar de continuar a repetir que deve deitar a casca fora, também faço o trabalho por ele. Chama-se a isto casamento.”

O dinheiro também causa muitos problemas. “Por aquilo que já vi, os problemas financeiros causam depressão nos homens, o que leva a que o parceiro se distancie, tornando mais difícil para o casal resolver os seus problemas,” diz a terapeuta familiar e matrimonial Amanda Deverich. O melhor que têm a fazer é unirem-se e, em conjunto, pensarem na melhor forma de solucionar o problema.

A monogamia é um desafio. Claro que estarmos somente com uma pessoa tem os seus benefícios mas a verdade é que tem de haver um esforço de ambas as partes. Atualmente são muitos os casais que ficam tentados a ter um caso extraconjugal, onde muitas vezes a componente emocional também toma o lugar da componente física. “É necessário ter uma conversa aberta com o seu parceiro sobre o tema porque é algo bastante restritivo e, provavelmente, pouco natural para o ser humano”, sublinha Stephanie Buehler.