Todos nós temos um. Um amigo que encontrou o amor da sua vida através de uma app de encontros. Colegas de trabalho que marcam inúmeros cafés e saídas com pessoas que descobriram (ou que redescobriram) na internet. Já tinha pensado nisso? As apps e os sites de encontros são cada vez mais relevantes, com milhares de relações novas a nascerem todos os dias através de um primeiro contacto feito online.

Com a aceitação deste novo movimento cultural nasceu também um novo significado ou conceito da palavra encontro. Algumas apps de encontros oferecem funções específicas que ajudam as pessoas a encontrarem amigos em vez de romance, uma espécie de extensão mais social da oferta que já disponibilizam. Na realidade, a verdadeira intenção aqui é eliminar a pressão que um dito encontro formal arrasta consigo.

A próxima grande revolução na esfera dos encontros online passa por um atenuar da fronteira que existe entre conhecer alguém socialmente e conhecer alguém para um relacionamento amoroso. Sem esta pressão, as pessoas podem focar-se na simples experiência de conhecerem alguém novo. Porquê tudo isto? Porque só quando conhecemos alguém na vida real é que podemos avaliar que tipo de relacionamento poderemos ter.

Independentemente de todas as mensagens e conversas virtuais que possam ter acontecido, é assim que funciona. Quanto mais depressa toda esta comunicação for passada para o mundo real, mais depressa as pessoas descobrem que tipo de relacionamento poderão vir a ter com o novo contacto. Romântico, platónico ou exclusivo das redes sociais. Veja também a galeria de imagens com cinco aplicações móveis para corações solitários.

 Menos pressão para uma (re)descoberta maior

A remoção do rótulo de encontro elimina também todo o peso que vem com as expetativas, o que torna todo o processo de conhecer novas pessoas mais confortável. Sem a expetativa, a probabilidade de os utilizadores conhecerem mais pessoas é bastante mais elevada. Existem muitas situações em que, pelo perfil na app de encontros, as pessoas não conseguem perceber se a ligação proposta poderá resultar em romance.

Mas, se combinarem um café, a relação poderá resultar numa boa amizade, ou numa boa oportunidade profissional. Passado algum tempo, quem sabe vir a descobrir que afinal até existe ali uma faceta romântica que pode ser explorada. As aplicações de encontros estão progressivamente a reconhecer que as pessoas têm que se conhecer primeiro socialmente, antes de decidir com que tipo de relacionamento pretendem avançar, ou mesmo se pretendem avançar.

Veja na página seguinte: A pressa de conhecer alguém antes de criar expetativas

A pressa de conhecer alguém antes de criar expetativas

Uma das formas dos utilizadores destas aplicações móveis otimizarem o serviço passa pela eliminação dos algoritmos que unem as pessoas com base numa possível compatibilidade. Ao dizerem que uma pessoa é perfeita para outra, sem qualquer tipo de encontro prévio, estão a elevar as expetativas românticas. O que o serviço deve fazer é ajudar uma pessoa a conhecer várias pessoas. Veja também o que fazer para encontrar o amor nos dias que correm.

Sem a pressão imposta pelo rótulo, as pessoas podem usar livremente a tecnologia que as liga para criar a interação que quiserem e especialmente para deixar as relações seguirem um rumo natural. O suavizar desta fronteira encoraja as pessoas a conhecerem outras na vida real. Quanto mais depressa conhecer uma pessoa nova, menos expetativas criará sobre ela, acreditam os especialistas que já se debruçaram sobre o fenómeno.

As apps de encontros estão a evoluir para um remover das expetativas de romance e simplesmente resolverem o problema de interação entre as pessoas. Estamos a assistir ao início de uma revolução na forma como as pessoas interagem através da internet, com algumas dessas aplicações móveis a atingir números recorde de utilizadores. Bem-vindos ao mundo das apps de encontros sociais.

Texto: Juliette Romand (relações públicas internacional da aplicação móvel de encontros Happn) com edição de Luis Batista Gonçalves